domingo, 6 de dezembro de 2009

Quem tem capa (nem) sempre escapa



Muitos cachopos têm um sonho. O meu era ser director da Playboy. Seja ela de que país fosse. Confesso que seria um pouco difícil ser director da edição do Burkina Faso ou da Gronelândia ou mesmo da Arábia Saudita mas quem sabe. Não custa nada tentar. O que não está a ser nada tentado é levar a bom porto a edição portuguesa. Está aparentemente sem rumo...
Desde cedo pareceu-me que a direcção da Playboy portuguesa não ia no trilho do sucesso..
Foram na senda da edição brasileira e quiseram espetar com figuras públicas conhecidas na capa em vez de irem pelo modelo americano que é de fazer as capas com as "Playmates".
Já se fala de tudo. Desde as figuras de capa à espera de pagamento e colaboradores idem aspas.
Eu já estava à espera que no fundo não fosse bem uma Playboy no seu sentido total. Aliás é só ver o núcleo de colaboradores e temas de capa.
Por exemplo: Hemingway chegou a escrever para a Playboy americana. Por cá temos um rapaz que se intitula PacMan e que escreve tão bem como deixa cá ver... Não me lembro assim de momento de ninguém. A bem dizer tem um colaborador que até dá uns toques o Markl, mas uma andorinha como ele não vai fazer por certo a Primavera.
Não esperava é que tal como tudo o que acaba por ser cá feito (veja-se no que se tornou o campo laboral na FNAC portuguesa por oposição ao que se passa em França por exemplo) encorpasse em si uma espécie de espelho do que se passa um pouco neste pais à beira mar quedo e plantado.
A 1ª capa devia ser o prelúdio de tudo isto: temas como, uma entrevista a Costinha (ui, que profundidade) e a linda Mónica Sofia que por artes mágicas o fotógrafo conseguiu tornar feia e fazer uma das piores capas de sempre da revista. Mas veio pior como por exemplo o pior ensaio fotográfico visto por mim até hoje feito a Ana Malhoa. Aqui a culpa nem é do fotógrafo: a rapariga é uma imensa cacocromia de tatuagens sem nexo estético apesar de ser bonitinha de cara.
Para culminar, já com meio mundo à espera da tal capa de Dezembro (popularucha por certo, pois foi assim que decidiram editorialmente) eis que nos espetam com o Ricardo Araújo Pereira. Um ser do sexo masculino... O 1º homem na capa de uma Playboy em 54 anos!!! O rapaz merecia uma homenagem pelas papas que não tem na língua e auguro-lhe um futuro ainda mais promissor mas daí a levar com o gaiato na capa de Dezembro... E depois com a desculpa de ser o Homem do Ano como se de repente se tivessem tornado na "Time" cá do sítio. É o despropósito total. Chegou-se ao fundo da coisa sem dúvida.
Eu a princípio acreditei ser uma fotomontagem ou uma falsa capa posta a circular. Acredito, ainda assim enquanto escrevo isto, que aquilo seja uma brincadeira.
Espero eu estar redondamente enganado mas se ao fim de 9 capas já não há figura pública (feminina entenda-se) para dar o corpo ao manifesto aquilo vai de mal a pior. Não foi o caminho correcto.
Acreditem que me apetece escrever horas sobre a deriva a que aparentemente aquela revista está sujeita mas meu caro director da edição portuguesa da Playboy: Faço melhor que tu e de borla se for preciso!

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